O significado das pequenas coisas

significado pequenas coisasInfelizmente, muita gente só se dá conta do que está acontecendo, quando as coisas tomam proporções irreversíveis. Aí, já é muito, muito tarde tarde. Muito tarde para remediar a situação, para voltar atrás ou até para sair correndo.

Muita gente fica surpreso quando aquele colega de trabalho lhe passa a perna, quando o relacionamento termina ou quando é demitido do trabalho. Não é raro observar que algumas pessoas reagem como se jamais esperassem que tal coisa pudesse acontecer.

Os últimos acontecimentos te pegaram de surpresa? Surpresa, por quê? Antes da situação tomar rumos drásticos, muito provavelmente, você deve ter recebido inúmeros  pequenos sinais (muitos mesmo) de que as coisas já não andavam lá muito bem, não é mesmo? Às vezes, os sinais são claros. Claríssimos! Praticamente óbvios! E ainda assim tem gente que parece que não vê (ou não quer ver a realidade).

Provavelmente, não faltaram chances de perceber que realmente não dava para confiar no João*. Ele raramente cumpria os horários. Quantas vezes te deixou esperando? Ele mentia. Telefonava para o trabalho dizendo que estava doente, enquanto passava o dia na praia com você. Ele dizia que te amava, mas era super agressivo até com o próprio cachorro. E ainda assim, você não conseguiu perceber que as coisas iam dar errado?

depois que o barco afundouClaro que depois que o barco afundou, a gente consome um tempão tentando entender o que houve. Repetimos a história mil vezes na nossa cabeça como num filme. Avançamos, retrocedemos, tentamos revisar tudo em câmera lenta, inventamos mil e uma versões possíveis para o final da história. É aí que nos fazemos aquelas perguntas clássicas: Por quê? Onde foi que eu errei? E se eu… tentar voltar atrás? E se eu… isso? E se eu aquilo?

O fato é que, na grande maioria das vezes, a gente praticamente ignora os tais pequenos sinais que nos alertaram de várias formas para o fato de que as coisas não estavam caminhando como o esperado. Depois que tudo passou é que as peças do quebra-cabeça começam a fazer sentido. É como se a gente estivesse cego e não fosse capaz de interpretar o óbvio. Mesmo quando um amigo ou mesmo nossos pais tentaram nos tirar a venda dos olhos, ainda assim não fomos capazes de enxergar o que se passava bem na frente do nosso nariz.

Por que não percebemos antes?

Talvez por tentar manter viva a esperança de que era apenas algo passageiro. Talvez por medo de sofrer ou por medo de “estragar” tudo, a gente fica meio cego, releva, tolera, aceita, leva numa boa, ignora. Não importa o nome que você queira dar a essa reação, mas no fundo, você se negou a ver a realidade como ela realmente é.

Preferiu realidade cega no gentecomgenteusar os óculos da ilusão. É como se a lente do óculos estivesse meio embaçada e a gente só fosse capaz de ver o que queria ver, o que queria que acontecesse.

Ignorar o significado das pequenas coisas faz com que a gente também ignore o fato de quem é capaz de mentir um ponto, também é capaz de mentir um conto! Ignoramos o fato de quem não respeita nem a si mesmo, não respeitará você também. Quem não tem escrúpulos no bar, também não tem escrúpulos no trabalho! Quem é falso com o vizinho, também é capaz de ser falso com um amigo. Quem não ama a si mesmo, não pode amar o outro. E por aí vai.

A verdade é que todos esses fatos estava alí, bem debaixo do nosso nariz. Vimos tudo isso acontecer, uma, duas, n-vezes. Mas não quisemos acreditar no que os nossos olhos estavam nos mostrando, devido a diversos motivos internos. E no fim, nos surpreendemos como se estivéssemos vendo aquele filme pela primeira vez.

Talvez repetimos e remoemos o passado, porque não conseguimos acreditar como fomos capazes de permitir que as coisas tivessem sido como foram. E para isso, procuramos, inventamos e (até) encontramos diversas justificativas para aliviar essa culpa que nos transtorna. Mas a verdade é que, se tivéssemos dado mais atenção ao significado das pequenas coisas, talvez teríamos tomado providências no tempo certo ao invés de chorar o leite derramado.

Por isso, aguce os sentidos, preste mais atenção nos detalhes, tente montar o quebra-cabeças com mais frequência, fique atento para as peças que estão faltando (ou sobrando). Tenha certeza de que nada está ali por um mero acaso. Tudo cumpre uma função e tem uma razão de ser. Só assim teremos uma chance de perceber e/ou  compreender os alertas que aquelas pequenas coisas nos dão. Meros pequenos detalhes, que no fim, fazem toda a diferença.

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* Nome meramente ilustrativo.

Texto por Fernanda Suguino. Todos os direitos reservados.
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